Cada adeus que se dá tem que ser definitivo.
Ah, e outra coisa: precisa doer.
Doer um pouco, caso contrário é um adeus vencido,
que passou da data e estragou dentro de ti.
Aquele adeus que sai meio como um ufa! "Até que enfim"
Mas tem aquelas despedidas que doem demais.
É um adeus jovem, não totalmente formado,
um brexit mal resolvido. É uma despedida que
precisa ser arrancada do ventre em uma cesariana
malfeita com uma mão apenas porque a outra... a outra se nega.
Para que haja paz, nascem de um ato de violência.
Despedidas precisam ser enfáticas, estrepitosas.
Não tanto para a outra parte, mas para ti.
Para evitar recaídas, um adeus dado precisa ser perfeito,
tudo precisa ser dito, a luz fugindo da cena aos poucos,
o rosto entrando no meio dos cabelos... e fim.
No caminho de todas as despedidas malfeitas,
existem 1001 maneiras de se dizer adeus.
E cada maneira, à sua própria forma, dói.
Fim
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