A estrada que me trouxe aqui passou por diversas encruzilhadas.
Encruzilhadas aonde encontrei todo tipo de pessoas, e por que não dizer,
fui encontrado por elas.
Houve pessoas com as quais aprendi muito sobre mim.
Não raro, foram pessoas que tocaram meu lado humano de formas
que sempre evitei tocar. Com as quais briguei, esbravejei, bani
da minha mente de diversas formas. Foram pessoas que me
ensinaram a reivindicar o meu espaço com a mesma energia com a
qual reivindicavam o delas, a me fazer digno desse espaço.
Houve pessoas que me leram, que me ouviram, me aturaram nos
momentos difíceis. E houve aquelas que foram embora quando a minha
amizade tornou-se custosa e que mesmo hoje voltam com juras de
amor à moda antiga e em preto-e-branco.
Houve pessoas que vieram buscando ajuda e abrigo, e foram embora
assim que suas vidas se ajeitaram.
Houve pessoas cujo tipo de amor era aquele da mesa do bar, no
momento em que o copo estava cheio. Mas era um amor que tinha
hora para fechar, e que não ia te levar bêbado para casa.
Era daqueles amores que festejavam a si próprio, mas que não cuidavam
do outro.
Mas houve pessoas cuja luz, como as estrelas, demorou anos para
chegar até mim. Mas que, até hoje, finda sua existência terrena,
continuam a me iluminar em débeis alegorias da vida.
Creio que a lição de tudo isso é que tudo acaba, e cada pessoa,
cada experiência tem seu momento.
Sei que há pessoas que nem comecei a conhecer ainda.
Assim como sei que há coisas em mim que preciso descobrir.
O tempo passa, e o tipo de aventuras às quais nos damos muda com as
exigências do corpo e da mente. Mas ainda há muito Sol para se
desfrutar e muitas coisas para se ver.
O cotidiano só existe para aqueles que não conseguem enxergar o
lado fantástico das coisas simples.
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