Já faz uns dias que estou lendo 1984.
E olhem que demorei a tomar coragem para isso.
O livro é deprimente. Do tipo de ter vontade de jogar longe.
Ou de pular no fogo com o livro só para garantir que este não sobreviva.
Não que seja um livro ruim, muito pelo contrário.
É envolvente e provocador, e é esse o risco.
Por todos os lados vejo pulularem referências aO Partido.
Saber que eram, sem conhecer 1984, era um exercício intelectual mediano.
Sabê-lo tendo lido, é um exercício da alma.
A Polícia do Pensamento já existe.
Nós a criamos. Pelo medo de sermos censurados pelos
nossos governos, temos a liberdade de censurarmos uns
aos outros. Evaporamos os antigos gênios, e mesmo os novos sábios.
E, em tudo, sentimos a poeira do tempo se depositar nos ossos.
Naquele ponto aonde a condenação à imobilidade é uma bênção
face ao dever de marchar para sabe se lá aonde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário