Quero ser ridículo por uma noite que seja. E para ser ridículo não se precisa platéia.
Basta apenas cantar-se alguma melodia antiga.
Para ser ridículo em silêncio pode-se dançar lentamente no centro da sala, pode-se ensaiar passos novos para não mostrá-los a ninguém.
Passos de dança que o façam menos ridículo e mais notório.
Passos que te encerrem o rosto entre os braços, que nas evoluções lhe ocultem a alma, não se deixe ver além da borda das vestes o coração.
Para ser ridículo precisa-se ainda de um certo zêlo em manter aquilo que todo mundo já reputou por perdido. Ainda guardar o amor, ainda colecionar figurinha, ainda ter videocassete. Para ser ridículo assim como eu, muitos desafios foram vencidos.
Para ser ridículo com naturalidade basta rabiscar algo em uma mídia que ninguêm lê.
E observar sozinho.
As letras sumindo à distância.
(twitter: 11/11/2011)
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