Cavei fundo.
Tão fundo que até achei petróleo.
Era um caldo preto, viscoso e inflamável
esperando para entrar em ignição
assim que se visse livre.
Cavei fundo.
Até tocar o meu próprio inferno.
E os diversos monstros que ali habitam.
Tendo todos a me chamar de pai.
No centro magmático do meu ser,
dançando com meus demônios
sou eu o próprio Cthulhu
da minha Congregação de Impuros.
Era isso o que queria?
Não se desce às profundezas do ser
e se volta incólume.
O homem que desce o poço não é o que subiu.
A criança que adormeceu sob as bênçãos da inocência
não acordará novamente.
Quem acorda é o velho,
e sua sina é clara:
Ser o arqueólogo solitário
de uma expedição maldita.
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